domingo, 10 de abril de 2011

Escola Viva


Após promessa de contacto futuro, deixámos Altan e arrepiámos caminho. Havia que recuperar tempo. A paisagem rural, polvilhada de casas humildes, pobres, mas com bom gosto, apresentou-se deliciosa. Tal como as suas gentes.

Amiúde, crianças apareciam com uma folha com o registo de alegadas contribuições para a escola. Não é a gente de meio palminho a quem vamos confiar a nossa ajuda.

Finalmente, uma escola. A primeira de muitas que encontrámos neste ambiente rural. Desviámos o nosso curso. A decisão mais acertada desta aventura.

Em segundos estávamos rodeados de uma multidão de pequenos curiosos. Dos cinco aos 15, eram uns 250 os alunos que aqui estudavam. O director da escola apressou-se a apresentar-se. Pedimos para explorar o recinto. Foi nosso cicerone. Juntamente com dezenas de outras excitadas crianças.
O primeiro desafio foi encontrar Portugal no mapa. Ninguém conseguiu. Pudera, apenas havia a sinalização da Península Ibérica.

Depois de passar pela sala dos professores – os que em Portugal se queixam de falta de condições deviam passar por aqui e ver se a ausência de dignidade dos meios de trabalho limitam a motivação dos docentes – iniciámos uma visita sequencial.

Retivemos a experiência com os mais novos e os mais velhos. No primeiro caso, turma e professores a cantar e duas criaturinhas a dançar com encanto ímpar. E com um orgulho como se exibissem os seus dotes a gente realmente importante.

No caso das mais velhas, um som mais moderno na K7 e uma dança bem mais arrojada. O resto da plateia feminina, analisava os visitantes de cima a baixo. Sobravam comentários. Risos adolescentes.

Por fim, propusemo-nos ensinar-lhes algumas palavras em português. O giz que nos deram foi racionado. Todos iam repetindo em voz alta os nossos ensinamentos.

No final, as fotos da praxe. Muitas. E a particularidade de muitas pedirem uma foto individual. Sobravam as crianças que nunca se tinham visto em registo fotográfico. Reacções puras de surpresa, admiração, encanto.



Deixámos uma contribuição. O responsável sem “jeito”. “É para ajudar a solidificar o sorriso destas crianças no futuro”.

Custou deixar aquele ambiente de há meio século atrás. Os acenos voltaram a ondular no horizonte até desaparecermos…

3 comentários:

  1. Amei!!
    Este blog supera qualquer outro que já tenhas criado!!E não é da escrita. Essa continua cativante. É mesmo dos vossos relatos, das vossas aventuras, cujas fotos nos põem os olhos a brilhar e palavras aquecem a alma e nos fazem realizar que ainda existem pessoas puras neste mundo. Pena ser necessário ir tão longe para se encontrarem...Mas que grande experiência!Inveja!!

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  2. Concordo Isabel...
    Realmente deve o Nepal deve ser realmente um sítio muito especial da Terra... As experiências relatadas têm um brilho de quem está a vivê-las com profundidade, e isso traduz-se no brilhantismo deste blog...
    As fotos transportam-nos para esse local que deve ser fantástico...
    Local fantástico, visitado por 2 pessoas fantásticas!!! Só podia dar nisto! :-)
    Espero mais...

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  3. Sim Rita, esperamos ansiosamente por muito muito mais!
    E algo me diz que seremos ouvidas.;)
    we're Addicted! tell us more!!;)

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