terça-feira, 5 de abril de 2011

Katmandu


Chegar a uma cidade caótica e desconhecida às 05:00 não é aconselhável. Sem estadia marcada, ainda menos. Mal pisamos o solo, os taxistas acotovelavam-se para nos levar aos locais com os quais têm, naturalmente, comissão. Indiferentes – responder a todos significa não mais sair do lugar – seguimos caminho para fora da “central” de camionetas e 50 metros depois lá acedemos a dar a oportunidade a um angariador.

O João Garcia tinha marcado connosco no Khatmandu Guest House e foi essa a nossa primeira tentativa. Lamentavelmente, cheio. Ficámos a uns 30 metros, em local menos vistoso. Não chegámos a dormir. Pequeno almoço reforçado num dos múltiplos locais com wi-fi. Encontramo-nos umas duas horas, o João deu-nos umas dicas e separámo-nos. No dia seguinte partia para nova subida de montanha.

Exaustos, caímos na cama a meio da tarde. Acordamos à hora de jantar. Umas primeiras voltas interessantes em Thamel, a zona turística de Katmandu. Se nós, humildes homens, tivemos vontade de comprar de tudo em todo o lado, imaginamos as meninas…

Os preços não serão as pechinchas de outros tempos – natural, pois o turismo está a crescer sem controlo – mas o Nepal é um destino extremamente cativante e ainda a preços de saldo.



Na confusa capital, apreciamos particularmente a “monkey mountain”, um lugar religioso com fantasiosa arquitectura de outros tempos, toda em madeira, e com uma vista privilegiada para todo o vale. É daqui que Buda vê tudo… e nós também!

Ainda assim, a Durbar Square é o “must” da cidade. Três cativantes templos junto ao palácio real, cuja entrada é guardada por um macano-deus-humano datado de 1672. Aliás, aqui tudo parece de há cinco séculos… Sente-se magia, misticismo. Há corpo, textura, cor…

As sagradas vacas e os inúmeros pombos disputam as oferendas, os locais circulam na sua azáfama diária, multiplicam-se os “personagens” de um cenário ímpar, felizmente sem muitos turistas a desvirtua-lo. Aqui, somos transportados para um outro tempo, um outro espaço.

A noite, já avançada, terminou à pancada. Ainda não sabemos se com tiros também. Ficamos sem certezas. Muitos vidros partidos e repetidos “go home”. Presumimos que o excesso de álcool não caiu bem na habitualmente pacifica relação entre os nepaleses e os turistas. A noite bem podia ter sido mais descansada…

3 comentários:

  1. Antes de mais Rui, quero te dar os parabéns pela tua escrita... É um prazer ler as vossas histórias e a forma como o fazes é excepcional.
    Vaskito, em relação a ti, já conheço a tua capacidade ináta de captar momentos e torná-los eternos... :-)
    Fico à espera de mais e mais pessoal!!!
    Um dia vou ser eu a estar aí... ;-)
    Beijocas aos 2

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  2. Faço minhas as palavras da Rita!as palavras do Rui acompanham na perfeição as imagens...ambas nos transportam junto a vós!Ambas com mesmo poder e mesma força...combinam na perfeição!;)

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  3. Coma devida licença assino por baixo os anteriores comentários. Alías a minha vida para além do meu dia a dia, depois de passar o dia entre imagens a p/b (de momento fundo dos anso 50 c/ barcos, barquinhos, casas e arquitectura tradicional) anseio pelos relatos, pelas imagens coloridas, pelas flores da Índia pelas quais sou apaixonada (adorei os cravos que colocaram), para não falar da montanha - essa minha paixão - os trekings aí, a possibilidade de escalar em gelo ... bem uma pointinha de inveja ... e... claro as compras ... yes....continuação de boa estadia e viagem ... sei que aproveitam ao máximo, que espremem todo o suco dessa experiência... qq coisa estamos por aqui - só apitar... ihihihih

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