sábado, 23 de abril de 2011

Last day in Índia

Baldámo-nos e perdemos o jantar. Desenrascamo-nos com dois gelados para cada um. De qualidade e segurança mais do que duvidosos. A esta hora, não havia alternativa.

O relógio não enganava. Tínhamos, na melhor das hipóteses, quatro horas para descansar. Antes das 06:00 já deveríamos estar a pé. E com as malas prontas.

A perdição chegou da caixinha que mudou o mundo. Alterou a nossa noite. Real Madrid – Barcelona. Duas horas de “descanso” em vez de quatro. Assim até dormiríamos melhor no avião. Talvez…

A caminho do metro, tempo para gastar as últimas rupias. Pedem-nos por duas bananas o mesmo que tínhamos dispendido por um quilo na véspera (e já aqui tínhamos pago tipo o triplo do valor de mercado).

Má reação. Respondem-nos com um trocista “bye bye”. Aproximamo-nos dos idiotas (pelo ar que tinha a dupla, não pela atitude de “mercado”) e dizemos-lhes algo (que, obviamente, não nos lembramos) em inglês. Seguido de qualquer coisinha em português. Temem a nossa expressão. Engolem em seco. Levámos a nossa “ira” matinal para outra freguesia.

Já no metro, percebemos que já tínhamos abandonado a Índia. Ou quase. É, realmente, um meio de transporte bom, eficiente, novo. Estreou há semanas. E, por isso, ainda subaproveitado.

Fico a aguardar à porta do aeroporto. Vasco caminha longos metros para oferecer a última roupa. Seguimos para Check in. Pequeno almoço de seguida. Depois, sim, últimas rupias.

Fazemos mal as contas. Sobram 100. Já junto ao local de embarque, vamos comprar bebidas. Máquina não aceita a nota. Vasco percorre mais cinco pontos de venda automáticos. Nenhum quer o nosso dinheiro.

Cada um segura numa ponta da nota. Afastamos as mãos. Tive sorte. Fiquei com o Gandi.

Mostrámos bilhete, dirigimo-nos ao avião. Descemos degraus. Controlo surpresa da polícia. A confirmar o número de sacos. Estranho. Andámos mais 30 metros, novo controlo. Ainda mais invulgar. “É para vossa segurança”, respondem-nos, quando, com ironia, pedimos emprego.

Quatro lugares centrais só para nós. Podia ser pior. Estamos bem instalados. Prontos a levantar voo.

1 comentário:

  1. Estou a ver que os aeroportos indianos são um verdadeiro filme!!! O Vasco já me tinha contado o filme que foi há uns meses atrás. :-)
    Mas já cá estão em segurança em terras Lusitanas... :-)

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